LAR, DOCE LAR
Cabeças peladas em forma de pêra
seus olhos refletem o brilho da cera.
Sessão angustiante, respiração difícil,
cérebros lembram ogivas de um míssil.
E olhos assimilam novos vícios
na etérea branca paz do hospício.
Cérebros cultivam novos vícios
na etérea branca paz do hospício.
Valium, somalium, kiatrium, dienpax.
Vidas doídas no solo de um sax.
Em drágeas coloridas o ventríloquo abissal
engole lentamente a farmácia universal.
Gargantas assimilam novos vícios
na etérea branca paz do hospício.
Cérebros cultivam novos vícios
na etérea branca paz do hospício.
Damas de branco e médicos tétricos
ministram prazeres com horrores elétricos.
Robôs degenerados, melancolia "junkie",
cenário repleto de miséria estanque.
E todos assimilam novos vícios
na etérea branca paz do hospício.
E com isso eu cultivo um novo vício:
a etérea branca paz do hospício,
o hospício,
meu lar, doce lar!
(gravação: Inimigos do Rei; CBS [Sony] 231.257 - 1990))
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